Refletir sobre a ampliação do acesso às práticas cênicas requer que nos aproximemos de nossas práticas com novos olhares, disponíveis a adaptações, ajustamentos, reorganizações. Muitas vezes, a base dos procedimentos, de jogos e exercícios, segue sendo a mesma, sustentada em práticas estabelecidas e difundidas. Nosso repertório particular guia nossas atividades, assim, parece ser um bom caminho aproveitar o que conhecemos. E é justamente no encontro de nosso repertório com o nosso contexto atual, do contato entre as necessidades do momento presente e os conhecimentos já incorporados, que podemos desenvolver novas possibilidades.

No encontro com grupos diferentes, com sujeitos com possibilidades e necessidades diversas, transformamos as práticas de acordo com as variáveis de cada dia, e aprendemos modos diversos de fazer, criar, jogar. Disponíveis à experiência, enquanto facilitadores das práticas (na função de professores, coordenadores, organizadores, oficineiros, etc.), é preciso que nos coloquemos abertos ao jogo, modificando estruturas e regras das propostas escolhidas visando o melhor aproveitamento pelos parceiros-participantes que estão desenvolvendo as práticas conosco. É importante que tenhamos objetivos definidos, de modo a direcionar os encontros e desenvolver competências dos participantes, porém a trajetória desse desenvolvimento pode sofrer as mais variadas modificações. Saber ouvir os participantes, estar atento às suas ações e reações (respostas) às práticas é um modo interessante de construir modos de fazer e encontrar meios diversos de desenvolver as propostas.


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